6 de dez. de 2009

Cinco de dezembro



Meu coração é latifúndio,
Amplas terras inexploradas,
Meu coração tem muito espaço
Pra plantar e colher muitos amores.
Meu coração se alimenta de paixões,
Adubo forte, frutifica a alma.
Meu coração não rejeita ninguém,
Mesmo os maus frutos ficam por lá.
Amores velhos e velhos amores,
Todos se plantam por lá.
Velhos amores rebrotam,
Florescem como se sempre
Estivessem por lá,
Porque de lá nunca saíram.
Amores novos têm muito espaço
Para correr e se plantar.
Não atrapalham os que lá já vivem há muitos anos.
Meu coração é latifúndio,
Nele cabem muitos amores:
Família, amigos, colegas,
Conhecidos, companheiros, escritores,
Poetas, músicos, pintores,
Passarinhos e flores, paisagens,
Pessoas, crianças, coisas,
Pequenas coisas...
Todos convivem como vizinhos

5 de dez. de 2009

Outra versão, para dizer a mesma emoção...


BRIDGE OVER TROUBLED WATER
( Ponte sobre águas revoltas )

WHEN YOU'RE WEARY, FEELING SMALL
Quando você estiver exausta, sentindo-se deprimida
WHEN TEARS ARE IN YOUR EYES
Quando as lágrimas estiverem em seus olhos
I WILL DRY THEM ALL
Eu as enxugarei todas
I'M ON YOUR SIDE
Eu estou ao seu lado
OH, WHEN TIMES GET ROUGH
Oh, quando os tempos ficarem difíceis
AND FRIENDS JUST CAN'T BE FOUND
E os amigos não mais puderem ser encontrados
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL LAY ME DOWN
Eu me deitarei
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL LAY ME DOWN
Eu me deitarei
WHEN YOU'RE DOWN AND OUT
Quando você estiver chateada e fora
WHEN YOU'RE ON THE STREET
Quando você estiver na rua
WHEN EVENING FALLS SO HARD
Quando a noite descer pesadamente
I WILL CONFORT YOU
Eu a confortarei
I'LL TAKE YOUR PART
Eu a ajudarei
OH, WHEN DARKNESS COMES
Oh, quando a escuridão vier
AND PAIN IS ALL AROUND
E a dor estiver por perto
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL LAY ME DOWN
Eu me deitarei
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL LAY ME DOWN
Eu me deitarei
SAIL ON SILVER GIRL
Continue a viver em brilho
SAIL ON BY
Continue vivendo
YOUR TIME HAS COME TO SHINE
Sua hora chegou para brilhar
ALL YOUR DREAMS ARE ON THEIR WAY
Todos os seus sonhos estão a caminho
SEE HOW THEY SHINE
Veja como eles brilham
AND IF YOU NEED A FRIEND
E se você precisar de um amigo
I'M SAILING RIGHT BEHIND
Eu estarei logo atrás
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL EASY YOUR MIND
Eu acalmarei sua mente
LIKE A BRIDGE OVER TROUBLED WATER
Como uma ponte sobre águas revoltas
I WILL EASY YOUR MIND
Eu acalmarei sua mente

4 de dez. de 2009

Os mais belos poemas que o amor inspirou

" Não Te Gosto Em Silêncio "

Não te gosto em silêncio porque te sinto distante...
Entre tua boca e a palavra mora talvez minha angústia
como entre o dia e a noite
vacila a longa dúvida do crepúsculo.

Não te gosto em silêncio, quando há em teus olhos, pousados,
dois estranhos pássaros noturnos,
e teus lábios emudecem como a fonte nos ásperos
e intermináveis invernos.

Não te gosto em silêncio quando te envolves com as coisas
que te cercam, como se fosses uma delas,
quando estás como as águas paradas, cuja beleza
é apenas o reflexo das estrelas.

Por isto te provoco e te atiro perguntas
como pedras quebrando a impassibilidade do lago,
como pancadas no gongo que estremece e vibra
e te traz à tona para mim.

Não te gosto em silêncio, porque parece que atrás de tua voz
ainda se esconde alguém que tu própria não conheces,
a alguém embuçado a ameaçar nosso sonho
e que só tuas palavras poderão expulsar.

Não te gosto em silêncio, porque preciso ainda de tua palavra
para te descobrir,
lanterna adiante de meu passo, alvorada desenterrando
na noite emaranhada meu indeciso caminho.

Porque preciso ainda que tua palavra chegue como um vento forte
arrastando nuvens, limpando céus e horizontes,
levando folhas doentes, te descobrindo ao sol...

Um dia te gostarei em silêncio. E então me recolherei em teu silêncio,
e procurarei a sombra, como o pássaro na hora da tarde,
e porque o sol estará em nós e nada turvará meu pensamento,
entre tua boca e a palavra haverá apenas o meu beijo.
-JG de Araujo Jorge-

Sai Baba : o Avatar da nova era


Respeitar todas as religiões e deixá-las florescer. Este é o ensinamento de Sathya Sai. Conhecer as religiões é o primeiro passo para aprendermos a respeitá-las.

Dez Princípios que formam a base para a "Integração Mundial da Humanidade :
1) Amem e sirvam à sua Pátria. Não firam nem odeiam a pátria dos outros.
2) Respeitem todas as religiões com igualdade.
3) Reconheçam a fraternidade entre os homens. Tratem a todos como seus irmãos. Amem a Todos.
4) Mantenham seus lares e seus arredores limpos. Isto promove a saúde e a auto-estima.
5) Pratiquem a caridade, mas não alimentem a mendicância, dando dinheiro aos mendigos. Dêem-lhes alimentos, roupa, proteção e ajudem-nos a ajudarem a si mesmos (não estimulem a preguiça).
6) Não tentem a outros, subornando-os, nem se rebaixem aceitando suborno (nunca dêem lugar à corrupção).
7) Não estimulem o ciúme e a inveja. Tratem a todos da mesma maneira, sem levar em conta distinções sociais, de raça ou de religião.
8) Não dependam de outros para suas próprias necessidades pessoais; sejam seus próprios servidores, antes de se proporem a servir os outros.
9) Observem as leis de seu País; sejam cidadãos exemplares.
10) Cultivem o amor por Deus; afastem-se do pecado.

Osho : Temos que viver através de todos os nossos sonhos


PACIENCIA

Nós nos esquecemos de como esperar. Esse é um espaço quase abandonado. No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é o nosso maior tesouro.

A existência inteira espera pelo momento certo. Até as árvores sabem disso – qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu.

Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as novas logo estarão chegando. E as folhas novas começarão a crescer.

Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa. Trata-se de uma grande perda para a humanidade...

Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo – o seu autêntico ser. Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem. E esse novo homem sabe o que é uma cerimônia, esse novo homem conhece os sumos eternos da vida.
Osho, em "Zen: The Diamond Thunderbolt"

15 de nov. de 2009

Um dia de domingo...

http://www.youtube.com/watch?v=cGBQzZlgYEQ

14 de nov. de 2009

Sob as brumas...


"O que os sacerdotes não sabem, com o seu Deus Uno e sua Verdade Única, é que não existe história totalmente verdadeira. A verdade tem muitas faces e assemelha-se à velha estrada que conduz a Avalon..."


Oração da Mulher
Lia Luft


Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dóia idéia da perda, e ouse ficar comigo um pouco - em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo "Olha que estou tendo muita paciência com você!"

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa - uma mulher.

retalhos de um sabado...


Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas…
Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia….” Friedrich Nietzsche

Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,que rio e danço e invento exclamações alegres,porque a ausência assimilada,ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade

Uns versos
...Eu me despeço
Eu em pedaços
Como um silêncio ao contrário
Enquanto espero
Escrevo uns versos
Depois rasgo...
Adriana Calcanhoto

Para que sejamos necessarios
...Dá-me o que de possuir tu não te importas
e eu multiplico o que te falta e em mim existe
para que nosso encaixe forme uma unidade -indivisível-
que não se possa subtrair uma metade.
Bruna Lombardi

Roda-viva
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá...
Chico Buarque

Conhecer-me
Começo a conhecer-me. Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida…
Sou isso, enfim…
Alvaro de Campos

7 de nov. de 2009

amo ler, reler...Salve Cora!!!


Saber Viver

Não sei...

Se a vida é curta

Ou longa demais pra nós,

Mas sei que nada do que vivemos

Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe, Braço que envolve,

Palavra que conforta, Silêncio que respeita,

Alegria que contagia, Lágrima que corre,

Olhar que acaricia, Desejo que sacia, Amor que promove.

E isso não é co isa de outro mundo,

É o que dá sentido à vida.

É o que faz com que ela

Não seja nem curta,

Nem longa demais,

Mas que seja intensa,

Verdadeira, pura...

Enquanto durar.

(CoraCoralina)

6 de nov. de 2009

Dia branco, das utopias!


Dia branco


Se você vier pro que der e vier comigo
Eu te prometo o sol...
se hoje o sol sair
ou a chuva...
se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Um pedaço de qualquer lugar
este dia branco se branco ele for
Esse tan...to, esse canto de amor
e você quiser e vier pro que der e vier comigo
Se branco ele for
Esse canto, esse tanto, esse tão grande amor, grande amor
- Geraldo Azevedo -
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis...
ora!não é motivo para não quere-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
a magica presença das estrelas!
- Mário Quintana -

2 de nov. de 2009

02 de novembro - Dia de saudade universal


Hoje estou com muita saudade do meu velhinho e, lendo por aí...encontrei um poema de poeta não publicado mas que aqui faço minha homenagem por tão sábias e belas palavras...


Quando eu crescer, eu quero ser um velhinho de shoping.

Daqueles que empacam na escada rolante

E na frente das vitrines...

Que olha as meninas bonitas com a cobiça dos tempos

Que não voltam mais...


Quando eu crescer, eu quero ser um velhinho de supermercado

Dos que encalham o carrinho no meio do corredor

E nunca sabe onde estão as coisas, nem os preços das latarias...

Daqueles que mexem com as caixas e esquecem a senha do cartão...


Quando eu crescer, quero ser um velhinho das ruas,

Daqueles que esquecem o caminho de casa,

A cara dos vizinhos e o nome de todo mundo...

Mas todos me conhecerão e me levarão de volta...


Quando eu crescer, eu quero ser um velhinho de ônibus...

Desses que entram pela frente sem pagar e sentam em qualquer lugar...

Vão até o ponto final... e depois voltam até o outro ponto final...

E voltam de novo até a metade do caminho...

Pois não fará diferença aonde se vai...


Quando eu crescer, eu quero ser um velhinho simpático...

Mesmo que só eu ache isso...

Quero falar com todo mundo, encher o saquinho dos outros

E nem perceber...


Quando eu crescer, quero ser um velhinho da praça e dos jardins,

Pra olhar as plantas, as flores e os passarinhos...

E vê-los se mexer com o vento e com a chuva...

Quero olhar a paisagem e as crianças e vê-las sorrir...


Quando eu crescer, quero ser um velhinho com muitos netos...

Ou mesmo um só, que já amo tanto...

Quero olhá-los e sorrir com eles...

E falar coisas malucas que conterão uma sabedoriaque só os velhos percebem que têm...


Quando eu crescer, quero ser um velhinho que vai almoçar

Na casa dos filhos e sobrinhos...

E come sempre comidas diferentes de todo mundo...

Quero ser um velhinho que nem percebe o trabalho que dá aos outros...

Mas todos gostam mesmo assim...


Quando eu crescer, quero ficar velhinho com uma velhinha do lado...

Dessas que reclamam de tudo e dão bronca o tempo todo...prá cutucá-la sem ninguém ver... olhar pra ela e dizer: te amo... vou andar com ela pra cima e pra baixo...ela vai dizer que não quer... mas vai adorar ir comigo...


Quando eu crescer, quero ser um velhinho que detesta hospital...e os médicos e suas consultas... menos minha irmã e meu irmão...que não vai na farmácia e nem toma remédios...que desafia as doenças e ri das mazelas...


Quando eu crescer, e ficar bem velhinho, quero ser feliz...

Sem que ninguém fique infeliz por isso...

Vou viver do meu latifúndio de amigos e amores,

Que plantei ao longo da vida...


Quando eu crescer, e morrer bem velhinho,

Quero olhar uma última vez para o mundo,

E pensar que vivi uma vida legal...

Que conheci pessoas bonitas por dentro...Mesmo que algumas fossem muito feias por fora...


Quando eu crescer, e já tiver morrido há um tempão...

Quero ver as coisas que plantei...

E sentir orgulho dos filhos, das poesias, das pessoas,

Das lágrimas, das taquicardias, dos olhares de mel,

Dos sorrisos encabulados e mãos dadas...

Dos carinhos, beijos, abraços e trepadas...


Quando eu crescer, e já tiver virado pó...

Quero ser semente e voltar de novo pra esse mundo doido...

E sentir a vida de novo, vento na cara... olhos de passarinho...

Emoção a flor da pele, transbordando a cada esquina,

A cada pessoa que se cruza... vivendo a vida

E esperando a velhice chegar...

O Ar Lindo de um Rio Belo

Restaurante Real AstóriaRestaurante Albamar
Pink Fleet

..."Cidade maravilhosa, cheia de encantos mil...
És o altar dos nossos corações, que cantam alegremente...
Jardim florido de amor e saudade
Terra que a todos seduz
Que Deus te cubra de felicidade
Ninho de sonho e de luz..."
E para coroar, um som muito belo....

See the light at me
Veja a luz em mim
Searching from many years...
Procurando por muitos anos...
My spirit flies to you
Meu espírito voa até voce
Now i guess it saw
Agora eu acho que viu
I dance with the wind
Eu danço com o vento
I´m flowing to your dream
Eu estou fluindo para o seu sonho
You can lose your fear
Voce pode perder seu medo
You can change your life.
Voce pode mudar sua vida.

25 de out. de 2009

...Sail on silver girl...



































Dos filhos...



Gibran Khalil Gibran nasceu no Líbano no final do século XIX, terra então dominada pelo Império Turco Otomano, há milenios conturbada e há milenios preocupada com o fenomeno filosófico e religioso.
E uma mulher que carregava o filho nos braços, disse: " Fala-nos dos filhos".E ele disse:
Vossos filhos não são vossos filhos.
São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.

E, embora vivam convosco, a vós não pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Pois eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois o arco dos quais vossos filhos, quais setas vivas, são arremessados.
O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com Sua força para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como Ele ama a flecha que voa, ama também o arco, que permanece estável.

18 de out. de 2009

As mais belas estórias de Rubem Alves


A menina e o pássaro encantado
Era uma vez uma menina que tinha um pássaro como seu melhor amigo.Ele era um pássaro diferente de todos os demais: era encantado.Os pássaros comuns, se a porta da gaiola ficar aberta, vão-se embora para nunca mais voltar. Mas o pássaro da menina voava livre e vinha quando sentia saudades… As suas penas também eram diferentes. Mudavam de cor. Eram sempre pintadas pelas cores dos lugares estranhos e longínquos por onde voava. Certa vez voltou totalmente branco, cauda enorme de plumas fofas como o algodão…— Menina, eu venho das montanhas frias e cobertas de neve, tudo maravilhosamente branco e puro, brilhando sob a luz da lua, nada se ouvindo a não ser o barulho do vento que faz estalar o gelo que cobre os galhos das árvores. Trouxe, nas minhas penas, um pouco do encanto que vi, como presente para ti…E, assim, ele começava a cantar as canções e as histórias daquele mundo que a menina nunca vira. Até que ela adormecia, e sonhava que voava nas asas do pássaro.Outra vez voltou vermelho como o fogo, penacho dourado na cabeça.— Venho de uma terra queimada pela seca, terra quente e sem água, onde os grandes, os pequenos e os bichos sofrem a tristeza do sol que não se apaga. As minhas penas ficaram como aquele sol, e eu trago as canções tristes daqueles que gostariam de ouvir o barulho das cachoeiras e ver a beleza dos campos verdes.E de novo começavam as histórias. A menina amava aquele pássaro e podia ouvi-lo sem parar, dia após dia. E o pássaro amava a menina, e por isto voltava sempre.Mas chegava a hora da tristeza.— Tenho de ir — dizia.— Por favor, não vás. Fico tão triste. Terei saudades. E vou chorar…— E a menina fazia beicinho…— Eu também terei saudades — dizia o pássaro. — Eu também vou chorar. Mas vou contar-te um segredo: as plantas precisam da água, nós precisamos do ar, os peixes precisam dos rios… E o meu encanto precisa da saudade. É aquela tristeza, na espera do regresso, que faz com que as minhas penas fiquem bonitas. Se eu não for, não haverá saudade. Eu deixarei de ser um pássaro encantado. E tu deixarás de me amar.Assim, ele partiu. A menina, sozinha, chorava à noite de tristeza, imaginando se o pássaro voltaria. E foi numa dessas noites que ela teve uma ideia malvada: “Se eu o prender numa gaiola, ele nunca mais partirá. Será meu para sempre. Não mais terei saudades. E ficarei feliz…”Com estes pensamentos, comprou uma linda gaiola, de prata, própria para um pássaro que se ama muito. E ficou à espera. Ele chegou finalmente, maravilhoso nas suas novas cores, com histórias diferentes para contar. Cansado da viagem, adormeceu. Foi então que a menina, cuidadosamente, para que ele não acordasse, o prendeu na gaiola, para que ele nunca mais a abandonasse. E adormeceu feliz.Acordou de madrugada, com um gemido do pássaro…— Ah! menina… O que é que fizeste? Quebrou-se o encanto. As minhas penas ficarão feias e eu esquecer-me-ei das histórias… Sem a saudade, o amor ir-se-á embora…A menina não acreditou. Pensou que ele acabaria por se acostumar. Mas não foi isto que aconteceu. O tempo ia passando, e o pássaro ficando diferente. Caíram as plumas e o penacho. Os vermelhos, os verdes e os azuis das penas transformaram-se num cinzento triste. E veio o silêncio: deixou de cantar.Também a menina se entristeceu. Não, aquele não era o pássaro que ela amava. E de noite ela chorava, pensando naquilo que havia feito ao seu amigo…Até que não aguentou mais.Abriu a porta da gaiola.— Podes ir, pássaro. Volta quando quiseres…— Obrigado, menina. Tenho de partir. E preciso de partir para que a saudade chegue e eu tenha vontade de voltar. Longe, na saudade, muitas coisas boas começam a crescer dentro de nós. Sempre que ficares com saudade, eu ficarei mais bonito. Sempre que eu ficar com saudade, tu ficarás mais bonita. E enfeitar-te-ás, para me esperar…E partiu. Voou que voou, para lugares distantes. A menina contava os dias, e a cada dia que passava a saudade crescia.— Que bom — pensava ela — o meu pássaro está a ficar encantado de novo…E ela ia ao guarda-roupa, escolher os vestidos, e penteava os cabelos e colocava uma flor na jarra.— Nunca se sabe. Pode ser que ele volte hoje…Sem que ela se apercebesse, o mundo inteiro foi ficando encantado, como o pássaro. Porque ele deveria estar a voar de qualquer lado e de qualquer lado haveria de voltar. Ah!Mundo maravilhoso, que guarda em algum lugar secreto o pássaro encantado que se ama…E foi assim que ela, cada noite, ia para a cama, triste de saudade, mas feliz com o pensamento: “Quem sabe se ele voltará amanhã….”E assim dormia e sonhava com a alegria do reencontro.

16 de out. de 2009

Danças sufis ou meditativas ou da paz universal


As danças sufis são mandalas em movimento, onde se cantam mantras (difrentemente das ‘danças circulares’, que são com música gravada). Essas danças fazem parte de uma linhagem do sufismo indiano e se originam da escola chishtia, conhecidos como ‘os músicos’.

Os praticantes do sufismo, conhecidos como sufis ou sufistas, procuram uma relação directa com Deus através de cânticos, música e danças.

A ordem Chishti deve o seu nome a Khaja Mu´in al-Din Chisti, oriundo do Afeganistão mas que se fixou na cidade indiana de Ajmer, onde ensinou um grande número de discípulos. Estes discípulos iriam por sua vez criar centros por todo o subcontinente indiano através dos quais difundiram os ensinamentos de Chishti.O dhikr (forma de meditação) característico desta ordem é um tipo de interpretação musical chamado qawwali, no qual um grupo de músicos entoa cantos religiosos num ritmo sincopado.


Saia pelo mundo cantando e dançando, há coisa melhor de se fazer??

14 de out. de 2009

Moçambique no Rio


Para Ti
Foi para ti

que desfolhei a chuva

para ti soltei o perfume da terra

toquei no nada

e para ti foi tudo


Para ti criei todas as palavras

e todas me faltaram

no minuto em que talhei

o sabor do sempre


Para ti dei voz

às minhas mãos

abri os gomos do tempo

assaltei o mundo

e pensei que tudo estava em nós

nesse doce engano

de tudo sermos donos

sem nada termos

simplesmente porque era de noite

e não dormíamos

eu descia em teu peito

para me procurar

e antes que a escuridão

nos cingisse a cintura

ficávamos nos olhos

vivendo de um só

amando de uma só vida


Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"

9 de out. de 2009

Antigos cadernos


Costumava ter cadernos de poesias, de letras de músicas, de confidências...E sempre estava lá esse poema:

VERSOS ÍNTIMOS
Vês?! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pantera —
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!


Do poeta singular e paraibano Augusto dos Anjos.

8 de out. de 2009




Sobre o mantra de seis sílabas, Om Mani Padme Hum:
· Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses [isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores]. Este sofrimento vem do orgulho.
· Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
· Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
· Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles etc., e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
· Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
· Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou ódio.



PRATIQUE O DESAPEGO
Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram.As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará.Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira.
- Fernando Pessoa-

5 de out. de 2009

Efemeridade da vida


A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace" - Victor Hugo


3 de out. de 2009

http://www.youtube.com/watch?v=lU6zbbjiefU
Tarde no mar
Florbela Espanca

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
O horizonte: um cacto purpurino.
E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,
Pousa o manto de arminho na areia
E lá vai, e lá segue o seu destino!
E o sol, nas casas brancas que incendeia,
Desenha mãos sangrentas de assassino!
Que linda tarde aberta sobre o mar!
Vai deitando do céu molhos de rosas
Que Apolo se entretém a desfolhar...
E, sobre mim, em gestos palpitantes,
As tuas mãos morenas, milagrosas,
São as asas do sol, agonizantes...

2 de out. de 2009





Saudade é solidão Acompanhada,

é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou, é recusar um presente que nos machuca, é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam, é a dor dos que ficaram para trás, é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.


29 de set. de 2009

Caminho Lagunar - AL - 24 a 28/09/09







Ser caminhante é



Acreditar na realização dos sonhos,encontrar os limites e...superá-los



Ver a natureza com outros olhos e viver cada dia com alegria e prazer



Ter saudades da experiência vivida...






23 de set. de 2009

Caminhos...









2001, o primeiro, o divisor de águas na minha vida...
Santiago de Compostela, nos versos de Antonio Machado...

..."Al andar se hace el camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar..."



Depois vieram outros, o das Missões, no sul do Brasil
"Era um caminho que de tão velho, minha filha,
já nem mais sabia aonde ia...
Era um caminho velhinho,perdido...
Não havia traços
de passos no dia
em que por acaso o descobri:
pedras e urzes iam cobrindo tudo.
O caminho agonizava, morria
sozinho...
Eu vi...
Porque são os passos que fazem os caminhos!"
Caminhos - Mário Quintana

Patagonia, onde o gelo aquece a alma e esfria a razão...
"...el frío/ sabe meterse / bien adentro/ donde los demás / no se animan".
- Silvia Iglesias, Cuerpos perfectos.

Machu Picchu, lugar encantado...
Onde o poeta maior, Neruda, imortalizou em seus versos
..."Dadme el silencio, el agua, la esperanza. .
Dadme la lucha, el hierro, los volcanes. .
Apegadme los cuerpos como imanes. .
Acudid a mis venas y a mi boca, .
Hablad por mis palabras y mi sangre."








20 de set. de 2009

Definindo saudade...








Saudade é dos sentimentos mais intensos que o ser humano pode sentir...
saudade mata ou salva vidas...
depende de como você a trata...
uma pontinha de saudade... dói lá dentro...dá uma afliçãozinha...
te faz sorrir pras paredes...ou te faz chorar escondido...








19 de set. de 2009

João Pessoa, a porta do sol.

Nascida Nossa Senhora das Neves em 1585;depois batizada Filipéia de Nossa Senhora das Neves em homenagem ao rei da Espanha;em seguida Frederikstadt homenageando o príncipe holandês; com a retomada pelos portugueses chamou-se Cidade da Parahyba, e finalmente João Pessoa, em homenagem ao político paraibano assassinado em 1930 na cidade do Recife, quando era presidente do estado e concorria, como candidato a vice-presidente, na chapa de Getúlio Vargas.
Veja um pouco da cidade ao som da Renata Arruda:

18 de set. de 2009

Chegando...


Na mitologia grega, Dioniso, o deus do vinho, desprezado pelos mortais, jurou jogar tigres contra a primeira pessoa que encontrasse... A bela Ametista, a caminho do templo da deusa Diana, foi a primeira a passar e acabou sendo atacada pelas feras. Vendo seu desespero, Diana decidiu transformá-la em um cristal para aliviar sua dor. Arrependido, Dioniso despejou vinho sobre a pedra, que adquiriu então a cor púrpura...